SP – Aluguéis de imóveis residenciais baixando
O texto do Eng. Paulo Grandisk, a seguir, na íntegra, o subitem sobre ALUGUEL (em São Paulo) da reportagem intitulada “Ajuste – É MELHOR PINGAR DO QUE SECAR – Pressionada por alta de custos, choperia corta preço da bebida para tentar atrair clientes” publicada na página B-3 do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de 13fev2016:
· ALUGUEL – Outro segmento cujos preços são indexados, porém formalmente, e que enfrenta problemas de queda de demanda é o da locação. Depois de ficar quase oito meses com cinco imóveis residenciais vazios para locação na zona leste de São Paulo, a comerciante Débora Ferreira Campanhã decidiu reduzir o valor pedido, entre 15% e 20%, dependendo do bairro. “Nunca tinha acontecido isso antes”, diz ela, lembrando que, em outras épocas, demorava entre um e dois meses para conseguir um novo inquilino.
· Os apartamentos vazios representam uma despesa extra para a locadora que, além de não receber a renda do aluguel, precisa arcar com o condomínio e o IPTU. Temendo perder inquilinos, Débora avisou a imobiliária, que administra outros cinco imóveis para não reajustar os aluguéis que deveriam, por contrato, ser corrigidos pelo IGP-M (de 10,54% em 2015).
· Roseli Hernandes, diretora da imobiliária Lello, conta que, em janeiro, 35 dos contratos de locação administrados pela imobiliária tiveram redução do valor do aluguel. Em janeiro do ano passado, 0,4% dos contratos tiveram corte no preço.
Esta notícia faz parte de uma série de constatações, pelo Eng. Paulo Grandisk apresentadas no Grupo “Perícias e Avaliações”, do comportamento atípico recente do mercado imobiliário, que muito se aproxima do gráfico da página 22 do Capítulo 14 volume 2 do livro ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES, IBAPE/SP e Editora Leud, de minha autoria, juntamente com a Arq. Ana Maria Biazzi de Oliveira.
Para os que não se lembram, esse gráfico faz parte do item 2.1 FORMAÇÃO ADE CONJUNTO DE DADOS ESPECULATIVOS, quando surgem dois (ou mais) grupos de dados, cada qual com comportamento distinto, que quando colocados em gráficos como o da distribuição de Gauss, não apresentam o típico “formato de sino”.
Ao contrário, conforme parágrafos da página 21 do citado livro, reproduzido a seguir.
“... Nestes casos, são identificados, num mesmo instante, elementos ofertados com valores transacionáveis ou com valores “fora de mercado”.
“Por esta e outras razões, pode acontecer de os preços de mercado se distribuir em torno de dois valores máximos, apresentados graficamente duas bossas ou gibas (“modas”, na linguagem estatística), sendo o valor inferior P1 correspondente a negócios realizáveis (encontro da oferta e da procura, em número reduzido N1), e o valor superior P2 correspondente ao valoro mais frequentemente pedido em ofertas (em maior número de imóveis, N2), mas sem liquidez (negócios não realizáveis).”
Em outras palavras: o mercado imobiliário de SP está apresentando comportamento atípico.